9 Em 1946, Jean Paul Sartre, que Magui viria a admirar e conhecer de vista por intermédio de amigos comuns, dois anos depois, havia escrito: "se de fato a existência precede a essência, ninguém será capaz de explicar suas ações referindo-se a uma natureza humana específica que lhe é dada; em outras palavras, não há determinismo - o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não nos são fornecidos valores ou mandamentos que legitimem nosso comportamento. Portanto, não temos nada por trás de nós, e nem perante nós está um reinado de valores luminosos, nem qualquer outro meio de justificativa ou desculpa. Estamos deixados a sós, sem desculpas. Isso que quero dizer quando falo que o homem é condenado à liberdade. Condenado, porque ele não se criou a si próprio, mas mesmo assim está em condição de liberdade e, do momento em que é atirado ao mundo é responsável por tudo o que faz." (The Existencialism is a Humanism - trad. Vera de Laurentiis)